Eventos passados
Março 2011
“Viagem ao interior das cidades vividas é a segunda fase de um projecto que teve o seu início em 2009, e que se relaciona com o livro de Italo Calvino “As cidades invisíveis”. Na sequência deste projecto foi realizada uma viagem à cidade de Istambul com um período de permanência de um mês. Desenhos na sombra surgiu como o resultado desta experiência. Durante a residência nos Espaços do Desenho pretendi estruturar e dar corpo ao “desenho mental” que se foi criando na minha memória relativamente a esta cidade. Partindo de diferentes registos recolhidos no local, tais como fotografias, mapas, sons ou imagens em vídeo, pretendi criar um conjunto de trabalhos que espelhem a relação estabelecida com esta cidade.
No que diz respeito à relação deste projecto com o universo do desenho, propus dar a conhecer o meu processo de trabalho e de que forma o desenho se relaciona com a sua elaboração e construção. Foquei o desenho enquanto estruturação de uma ideia, seja ela mental ou visual, enquanto esboço, esquema, palavra, sentido. Mas também o desenho enquanto linguagem autónoma, retomando uma pesquisa que pretendeu explorar questões relacionadas com a percepção, jogando com o que é desenhado e o que é ilusão de desenho, o que é material e o que é uma sombra.”
Carla Rebelo
Artista
Actividade
Fevereiro 2011
A Câmara de Invenções, Susana Gaudêncio
Este projecto mais do que preocupar-se com uma perspectiva formal ou conceptual da prática do desenho caracterizou-se, fundamentalmente, pela sua natureza narrativa e vontade ficcional.
Tematicamente, teve como objectivo desenvolver mapeamento de pensamentos utópicos.
(...)
Partindo desta premissa e incutida por um método palimpséstico pretendeu criar uma analogia entre o processo de construção imaginada de novas utopias, com um método de desenho por acumulação, sobreposição e alteração de informação.
Numa 2ª fase da residência tirou partido formal e narrativo dos desenhos realizados e procedeu à construção de diversos dispositivos inspirados na génese do Cinema e da Animação, nomeadamente, o Diorama, o Panorama, Prascinoscópio, o Fenacistoscópio, Zootrópio, etc.
O objectivo desta fase foi o de 'fazer movimentar desenhos' segundo uma proposta de
Norman Mclaren.
artista
actividades
Dezembro 2010
Sobre as relações de proporção entre som e espaço - Pontos de inflexão.
Objectos em movimento, que ocupam e definem qualidades espaciais, são potenciais criadores de som. O som só existe na nossa percepção. Apenas a partir de determinada frequência (16-20Hz) ouvimos som. Abaixo desse valor, as variações de pressão atmosférica que interagem com o nosso ouvido não são percepcionadas. Se observarmos um eixo com uma roda dentada em rotação a percutir numa palheta (roda de Savart), existe um momento de aceleração em que deixamos de ouvir sons distintos (ritmo) e passamos a ouvir um som contínuo (tom). Do mesmo modo, existe um momento de aceleração em que deixamos de conseguir observar os dentes da roda individualmente, e passamos a ver uma mancha uniforme. Assim tambem um objecto em movimento será percepcionado como estático a partir de uma certa velocidade. Pode-se fazer coincidir no mesmo fenómeno físico estes dois pontos de inflexão da nossa percepção.
Artistas
Actividades
Impermanências - FESTIVAL INTERFERÊNCIAS
Daniel Barroca, Daniel Melim, Martinha Maia, Raquel Feliciano, Sílvia Simões, Susana Gaudêncio
IMPERMANÊNCIAS foi um projecto realizado em parceria com o FESTIVAL INTERFERÊNCIASque se articulou entre dois tempos e espaços distintos: uma residência artística, aberta ao público, que decorreu no Espaços do Desenho (Fábrica Braço de Prata), entre os dias 3 e 14 de Novembro, de quarta-feira a domingo, das 19h às 23h, com inauguração a 13 de Novembro às 21.30h; e uma exposição de desenho em 6 carruagens do Metropolitano de Lisboa convertidas em galerias, onde estiveram patentes 6 exposições individuais, entre os dias 13 e 30 de Novembro, durante o período de circulação do Metropolitano. Os artistas participantes foram: Daniel Barroca, Daniel Melim, Martinha Maia, Raquel Feliciano, Sílvia Simões e Susana Gaudêncio.
Actividades
Artistas
Outubro 2010
...o desenho ganhou pernas e saiu a correr pela rua da mercearia..., Joa Gridfonte
Um certo personagem levanta-se de manhã , escova os dentes, toma o pequeno almoço e vai ás compras, apanha o autocarro, vai ao parque encontra os amigos...em todos os espaços as direcções ocupadas pelo seu corpo interagem com os contextos circundantes, espalham-se, aglomeram-se, brincam, criam nichos...movem-se com ele.
Este projecto surgiu na sequência de uma investigação sobre a materialização do desenho, no que diz respeito ao modo como o desenho se pode tornar palpável, criando novas leituras da realidade. Mais concretamente, procurei a partir deste trabalho desenvolver características humanas, físicas e psicológicas dentro do desenho, para que este possa integrar a nossa realidade com forma e personalidade própria.
Actividades
Artista
8 possibilidades de fazer desenho foi um projecto enquadrado nas actividades do Espaços de Desenho que se traduziu numa série de workshops coordenados por diversos especialistas no ambito do desenho. Estes workshops seguiram um modelo de residencia aberta, dando a possibilidade ao público de visitar e acompanhar o desenvolvimento de diversas sessões experimentais em torno do desenho. Coordenação Eduardo Salavisa e Teresa Carneiro
Workshops - Actividades
Projecto - Artistas/Formadores
Julho 2010
Linha Batida, João Palla, Pedro do Ó, João d'Olivença
Se no desenho bidimensional a linha corre o risco de se tornar fixadora de formas, aqui apareceu como configuradora do espaço real, tornando-o sensível. E neste caso, tornou-se física - um corpo – a linha conferiu também uma fisicalidada ao espaço colocando os pontos de apoio, malhas, volumes e dinâmicas por ela criadas, em imediata relação com as estruturas ‘arquitectónicas’ do espaço ao qual ela aderiu. Do operador das linhas ao visitante do espaço, a fisicalidade dos corpos e o seu movimento no espaço foram assim factores elementares na configuração sensível que é dado a este trabalho/lugar.
Actividades
Artista
Gesto & Traço, Rochelle Haley
Gesto & Traço
Num confronto entre a dança e o desenho, os movimentos de um bailarino foram transformados numa série de linhas desenhadas pela artista durante a performance. Trabalhando com ambas as mãos em simultâneo, a artista seguiu o movimento do bailarino desenhando a partir de dois pontos do seu corpo. Durante a sua execução, o desenho foi filmado de cima e projectado numa parede. A partir dessa projecção, outros bailarinos usaram as linhas desenhadas como coordenadas visuais que lhes serviam para guia/interpretar os seus próprios movimentos.
‘Gesto e Traço’ investigou o desenho como actividade corporal [embodied] e performativa. Mantendo uma interecção material directamente ligada à linha, este trabalho explorou as relações entre a produção da marca gráfica e um movimento que é originado pela dança. Esta articulação experimental entre dança e desenho abriu-se a um espaço que permite explorar as interacções complexas e figurativas entre as artes visuais e as artes performativas. Neste trabalho tornou-se evidente a necessidade de uma reciprocidade entre corpo, movimento/acção e linha.
Actividades
Artista
Linhas de passagem que correspondem, convergem e divergem, Minna Philips
Linhas de passagem que correspondem, convergem e divergem foi um projecto de Minna Philips que teve lugar entre os dias 23 de Abril e 8 de Maio de 2010. Através dos seus trabalhos, Minna Philips procurou explorar uma posição particular permitindo experienciar um objecto/evento ou lugar a partir de uma perspectiva paradoxal. Os desenhos apresentados podiam ser identificados com uma imagética que remetia à representação ou significação de paradoxos, como por exemplo, extintores de incêndio, dispersores de água, ou mantas anti-fogo - objectos que podem significar em simultâneo circunstancias de perigo e/ou segurança. Esta imagética foi desconstruída nestes desenhos através da distorção de perspectivas; os desenhos foram por outro lado organizados de forma simultaneamente contínua e fragmentada. A multiplicidade de interpretações e a ‘realidade’ desconstruída foi depois exagerada pelo recurso a um estratégia que se realizou de forma a adaptar-se ao espaço e contexto particular do Espaços do Desenho/Fábrica Braço de Prata. Os desenhos de Minna Philips actuaram como paisagens de papel ocupando a parede, chão e/ou tecto do espaço onde o projecto foi desenvolvido. O trabalho foi parcialmente criado no próprio espaço da instalação, usando o meio envolvente mais próximo, assim como elementos únicos a esse espaço, facilitando um estudo e integração da identidade do mesmo.
(artista)
(actividades)
Março 2010
Timelime_O Tempo no Desenho, foi um trabalho desenvolvido por Guida Casella na continuação de um projecto de Desenho Arqueológico iniciado em 2009. O Desenho de Levantamento do Túmulo de D. Fernando I, foi um projecto que contou com um trabalho de meses anterior a residência artística. Surgiu a propósito de um convite para colaborar com o Projecto CHAO, através de uma aula aberta acerca de Desenho Arqueológico realizada no quarteirão da Trindade. Por proximidade ao Museu Arqueológico do Carmo, Guida Casella abordou o Director do Museu no sentido de estudar aquela peça. Posteriormente esta abordagem deu origem a uma encomenda por parte do Museu para executar um desenho técnico do Túmulo de D. Fernando I, cujos resultados foram entretanto publicados num livro.
No contexto deste estudo, colocaram-se diversas questões de representação: O que é um levantamento técnico? Deverá ser o Desenho equivalente ao túmulo como peça completa, ou deverá ser uma representação do espécimen como ele se apresenta hoje, com diversos graus de deterioração e conservação? Deveria desenhar-se um ‘Ur’ Tumulo – O túmulo original como foi idealizado? E aí colocaram-se questões de como completar as partes em falta. Ou Deveria o desenho ser uma representação do que se pode ver actualmente exposto no Museu Arqueológico do Carmo? Neste caso, seria este desenho substituível por uma fotografia?
Este projecto constituiu uma oportunidade para questionar o papel do desenhador cientifico nomeadamente na sua condição ambígua entre ser um artista ou um cientista.
A Inauguração/Apresentação do Projecto/Resposta ao projecto foi dia 27 de Março de 2010, pelas 21 horas, no Espaços do Desenho. começou com uma apresentação de Luís Fortunato Lima - “Duelo ao Sol”, seguida pela apresentação de Guida Casella.
Dia 1 de Abril pelas 19 horas, também no Espaços do Desenho, deu-se a Mesa redonda, orientada em torno da ideia de Desenho e Património. Mais especificamente, esta discussão terá como objectivo abordar 'o Estado da Arte nos processos de produção/criação de Imagem por investigadores-criadores na Investigação, Defesa e Divulgação de Património.' Serão convidados desenhadores e investigadores na área da Imagem, em História, Arte e Ciência a participar neste evento. A Mesa Redonda contou com a participação de Ilknur Ari, 'Archeological Illustration of Prehistoric sites'; Guida Casella, 'Arteologia'; Olga Pombo, 'A Imagem na Ciência e na Arte'; Pedro Salgado 'Grupo de Risco - Projecto Amazónia 2010' e Nuno Nabais, 'A Imagem como Património'.
(artistas)
(actividades)
Fevereiro 2010
Os desenhadores desenham-se, foi um projecto de Ane Leonor Rodrigues, James Walker e Pedro Saraiva, que decorreu entre os dias 3 e 20 de Fevereiro, no Espaços do Desenho.
Durante dez dias, três artistas plásticos desenharam-se, retrataram-se obsessivamente uns aos outros. Os modos de registo foram os variados, mais directa ou indirectamente referidos ao desenho.
Em P2 – duplicado, foi proposto aos grupos de estudantes/visitantes que desenhassem os desenhadores, estabelecendo a possibilidade de dois percursos paralelos, o dos desenhadores/modelos e o dos desenhadores estudantes/visitantes. Além dos métodos tradicionais do desenho, foram ainda utilizados registos/desenhos através da fotografia, transposições, manipulações digitais, registos/desenhos através do vídeo. Propôs-se que existisse uma diferença clara entre os formatos do suporte dos visitantes e dos residentes, de modo a clarificar os dois percursos.
Os resultados do projecto foram exibidos diariamente, estando as transformações e progressos desta colaboração disponíveis a serem acompanhadas ao longo das três semanas de duração do projecto.
Dia 13 de Fevereiro, pelas 21horas, foi a Inauguração/Apresentação do Projecto, com a Participação de Maria João Gamito, em conversa com os três artistas.
(artistas)
(actividades)
Dezembro 2009
Sacudiram-nos bem forte lá no campo de batalha, foi um projecto que decorreu entre os dias 9 e 20 de Dezembro nos Espaços do Desenho. Desenvolvido por um colectivo de vários artistas que utilizam o desenho como ponto de partida no seu trabalho, o projecto assentava em duas acções distintas mas directamente conexas:
- Uma exposição colectiva e alargada de obras de desenho, ou dele derivadas, deste grupo de artistas.
- Uma edição, realizada in loco, com trabalhos destes artistas e de outros, que assim vieram contribuir, por convite ou por participação ocasional, feitos no local durante o espaço de duas semanas. Esta foi uma edição limitada e única, de tiragem reduzida, com desenhos, paginação, impressão e produção, executadas no local durante a duração do projecto.
Dia 19 de Dezembro foi a Apresentação/Inauguração do projecto, com a intervenção de Pedro Moura e dos artistas participantes.
Artistas Participantes: Alex Gozblau, Ana Biscaia, Ana Menezes , André Lemos, António Coelho/Atelier Mike Goes West , Bruno Borges, Filipe Abranches, Joanna Latka, João Chambel, João Maio Pinto, José Feitor, Jucifer, Luís Henriques, Isabel Baraona, Pedro Zamith, Ricardo Martins e outros.
Artistas com trabalhos em exibição: Ana Menezes , André Lemos , Bruno Borges, Carlos Pinheiro, Cátia Serrão, Daniel Lima, Filipe Abranches, João Fazenda, João Maio Pinto, José Cardoso, José Feitor, Jucifer, Júlio Dolbeth, Luís Henriques, Marco Mendes, Marta & Alves Von Calhau, Miguel Carneiro, Nuno Sousa, Pedro Lourenço, Ricardo Martins, Rosa Baptista, Rui Vitorino Santos e outros.
Laica de Prata
A 15ª feira Laica decorreu nos dias 19 e 20 de Dezembro, na Sala Prado Coelho, da Fabrica Braço de Prata.
A Feira Laica é um projecto de comércio cultural e de criação artística organizado por um grupo informal de pessoas ligadas ao mundo das artes gráficas e da auto-edição.
Procura-se realizar a Feira em locais de acesso privilegiado ao público e a custos mínimos para os participantes, a fim de poder manter os preços a um nível íntegro.
Dia 20 de Dezembro, associados à Feira Laica, houve concertos das bandas: Internet Movie Blogs Internet Free Tv Online Movies Database; (///); Cangarra;Gnu.
(artistas)
(actividades)
Novembro 2009
Diana Regal Linhas com que me coso
Linhas com que me ouço
Linhas com que me ouso
Oficina do Feltro - Traços na lã
Este foi um projecto de Diana Regal que decorreu entre os dias 12 a 28 de Novembro, nos Espaços do Desenho.
O projecto dividiu-se em duas fases projectais, correspondendo a cada uma uma semana.
Durante todo o projecto esteve em exibição contínua, no Espaços do Desenho, o documentário Moiras de Regina Guimarães e Saguenail.
De 12 a 15 de Novembro, Diana Regal propôs a construção de quadros desenhados com fio, a partir da figura circular, com base em técnicas de produção de têxteis, como a Renda de Tenerife e a Renda de Milão.
Decorreu uma oficina de trabalho colectivo, aberta a toda a comunidade (no âmbito do programa Grundtvig).
Dia 14 de Novembro, a partir das 20 horas aconteceu Festa da Lã, no qual um grupo de 20 mulheres de Viana do Alentejo realizaram um trabalho conjunto de renda enquanto entoavam cantares do Alentejo.
Entre 19 e 21 de Novembro decorreu Traços na lã, uma oficina de feltro, abertas ao público em geral, sob orientação de Diana Regal.
A Apresentação/Inauguração do projecto foi no dia 21 de Novembro, às 19:30, com a participação de Diana Regal e Sara Barriga.
(artistas)
(actividades)
Outubro 2009
ISO2768-mH foi um projecto de Nuno Pedrosa, que decorreu entre os dias 14 e 31 de Outubro, nos Espaços do Desenho.
ISO2768-mH pode ser entendido como derivação do mise en abyme, sendo que a ressonância dá lugar à distorção em vez de simples cópia do objecto original. Para além das evidências contudo, a verdadeira acção tem lugar quando a implementação de limites encontra os impoderáveis do gesto natural.
Esta mesma interacção de forças esteve na origem da série algo compulsiva “Paralelismo”, a única nesta exposição a ser produzida integralmente durante o período de residência. O guião não pôde ser mais simples, um número razoável de linhas paralelas foram desenhadas em suportes verticais distintos mas semelhantes com intervalos de apenas um milímetro, seguindo um programa estrito de quatro repetições. Exercício de resistência, o grau de dificuldade foi acrescido pela verticalidade e dimensão dos suportes ou a ausência de qualquer outro instrumento que não uma simples régua. No que à precisão linear e paralelismo diz respeito, os valores codificados no padrão internacional ISO2768 deverão providenciar a resposta apropriada a factores tais como a fadiga e a descoordenação motora. Outrora desimpedido, o gesto assumiu aqui uma natureza quantificável, sendo que todo o desvio à norma é mantido dentro de margens de erro mais ou menos manobráveis. É este pois o quanto nos é permitido expandir, uma fracção de um milímetro para cada um dos lados do zero absoluto da expressão.
O público foi convidado a visitar o espaço e a acompanhar as fases processuais do trabalho do artista e do projecto Paralelismo, que decorreu no dia 16 de Outubro, das 19 às 23 horas, com a participação de Carlos Farinha, Fabrice Ziegler, Maria João Santos, Patricia Pedrosa, Sofia Castelo e Teresa Carneiro.
A Apresentação/Inauguração do projecto foi no dia 25 de Outubro, às 21 horas e contou com a participação de Vitor Moura e Nuno Nabais.
(artistas)
(actividades)
Setembro 2009
Desenhos ditados no escuro e outros trabalhos antigos foi um projecto de Carlos Nogueira, que decorreu entre os dias 16 de Setembro e 3 de Outubro, nos Espaços do Desenho.
“Desenhar é pensar. O desenho é também escrita, rosto e memória enquanto processo fundamental de sentir e agir. neste trabalho os executantes desenham a partir de instruções ditadas no escuro” Carlos Nogueira.
Durante todo o período expositivo, Carlos Nogueira, esteve a trabalhar em residência aberta, em conjunto com um grupo de colaboradores, nos Espaços do Desenho.
Entre dos dias 16 e 23 de Setembro, das 19 às 22 horas, realizaram-se, em duas sessões, os desenhos no escuro, ditados por Carlos Nogueira, executados por um grupo de colaboradores e com participação aberta ao público em geral.
A inauguração foi no dia 26 de Setembro, pelas 21 horas, nos Espaços do Desenho, onde Carlos Nogueira apresentou ao público o projecto, no contexto dos desenhos mais antigos, presentes no espaço.
(artistas)
(actividades)
Julho 2009
Temporary Response Unit foi um projecto de Christine Mackey, que decorreu entre os dias 2 e 31 de Julho, no Espaços do Desenho.
O projecto funcionou como arquivo temporal de investigação através da observação, oferecendo a oportunidade de participação por parte do público, tanto no Espaços do Desenho como nos locais de investigação. Este projecto ofereceu uma orientação lúdica convidando a explorar a forma como vemos e experienciamos o mundo ao nosso redor a um nível micro e social, através do desenho. Desenvolvendo-se em torno de elementos pré-existentes no contexto de ambientes particulares, por exemplo: ‘Intimate Formations’ funcionou como uma escultura livre suspensa, de expansão contínua, que se alterou sempre que uma nova situação se estabeleceu através da observação minuciosa da morfologia de plantas encontradas em torno da localização do espaço. Estas ‘amostras’ suspensas expandiram os parâmetros do tema explorado em tipografias minúsculas de formas biológicas que criam um espaço para uma intimidade visual que se oferece a ser experienciada pelo observador.
Em 1913 Marcel Duchamp conceptualizou sobre o acaso e o indeterminado, desafiando metodologias tradicionais usadas na produção de trabalhos de arte. A sua ideia apontava uma forma de realizar desenhos que podia ser seguida pelo mero aprendiz ao profissional. Neste projecto foram incluídas uma série de instruções informadas pelo trabalho de Duchamp. Os participantes usaram e adaptaram este método para realizar desenhos, que foram exibidos publicamente ao longo da residência. Este evento ambicionava localizar o desenho entre arte, os seus participantes e trocas discursivas como um processo cultural colectivo. O trabalho final foi um site-specific e usou uma combinação de desenhos digitais e instrumentos sonoros que anotavam e respondiam a um reconhecimento da cidade a pé, que foi projectado como uma composição animada transitória – entre andar e desenhar, desenhar e ouvir, pensar e fazer.
No dia 17 de Julho, às 19 horas, Christine Mackey, Steve Garner e Teresa Carneiro apresentaram o projecto na Sala Visconti da Fábrica Braço de Prata.
(artistas)
(actividades)
Junho 2009
Just after the Blink foi uma exposição de trabalhos em aguarela, da autoria de Luís Filipe Gomes, que decorreu ente os dias 24 e 28 de Junho, nos Espaços do Desenho.
A inauguração foi no dia 26, às 12horas, no Espaços do Desenho.
SNBA Sociedade Nacional de Belas Artes – Da Aprendizagem
Da Apredizagem foi da Sociedade Nacional de Belas Artes que decorreu entre os dias 5 e 20 de Junho, nos Espaços do Desenho.
O projecto apresentado pelo curso de desenho SNBA teve uma estrutura vincadamente pedagógica, relacionando intimamente a experimentação do desenho com a aplicação de uma metodologia projectual. Inserida no programa do curso de desenho, esta unidade pedagógica de projecto foi transposta do espaço da sala de aula para ser disseminada no Espaço do Desenho.
Perante um grupo turma constituído por alunos de um âmbito de formação heterogénea (quer em termos etários quer em termos de formação académica), que se encontravam numa formação inicial da linguagem do desenho, o projecto apresentado teve como fim possibilitar a passagem de uma experimentação conceptualizada para uma efectiva concretização de um objecto de desenho.
Ao transpor barreiras físicas arquitectónicas entre locais de uma mesma cidade, em que num se iniciou o processo (SNBA) e em que outro serviu de receptáculo de disseminação (Braço de Prata), interligaram-se métodos e processos da linguagem do desenho como o da representação da composição e da criatividade, pretendeu-se ao mesmo tempo servir um exercício final da experimentação e Da Aprendizagem.
A apresentação/inauguração do projecto foi no dia 19 de Junho, pelas 19 horas, nos Espaços do Desenho, e contou com a participação de Teresa Carneiro, Luís Filipe Gomes, Professor Alexandre Grave e João Palla.
(artistas)
(actividades)
Maio 2009
Desenho: Entre Arte e Ciência, Lucy Lyons e Marta de Menezes
Lucy entende a função dos centros de desenho do ponto de vista de plataforma para uma actividade de desenho que conduz ao conhecimento, mantendo um determinado respeito pelo objecto de estudo. Para Lucy, desenhar não se trata meramente de documentar, envolvendo tambem um acto de participação. Parte do seu projecto no Espaços do Desenho incluiu uma selecção de desenhos desenvolvidos durante o seu Doutoramento intitulado ‘Delineating Desease’. Este conjunto de trabalhos estavam ligados a uma investigação através de encontros com uma doença rara chamada FOP (Fibrodysplasia Ossificans Progressiva) procurando examinar como é que o desenho poderia oferecer novos conhecimentos à artista e aos médicos especialistas.
A outra parte do projecto resultou de uma combinação de desenho produzidos por Lucy como modo de perceber experiências e fenómenos que estavam a ser estudados por cientistas nos laboratórios do Instituto Gulbenkian Ciência, e ainda imagens produzida pelos próprios cientistas. Após esta colaboração, vários cientistas chegaram à conclusão que certos materiais eram vistos de novas maneiras através do desenho, gerando novos conhecimentos sobre os objectos de investigação, o que levou ainda a determinadas alterações nos protocolos com que certos cientistas estavam inicialmente a trabalhar.
Durante os últimos dez anos, o trabalho de Lucy sido desenvolvido em laboratórios ou salas de autópsia, ao contrário de locais mais tradicionais com o estúdio do artista. Lucy colocou placas de petri no espaços do desenho onde as bactérias do próprio espaço se foram desenvolvendo, aproximando o espaço do laboratório do espaço da galeria, de modo a poder demonstrar ao publico a sua teoria sobre o papel do desenho. Através de um microscópio e articulações de pequenas porções de desenhos, Lucy convidou membros do publico a desenhar a bacteria através do microscópio, observando ainda como esta se desenvolvia em simultaneo com o desenho. O publico envolveu-se numa actividade aparentemente repelente ou menos apelativa, acabando por reconhecer a beleza e detalhe na vida das bactérias. A peça ‘Bacteria Drawing’ cresceu e desenvolveu-se através desta colaboração, que aconteceu em paralelo ao crescimento da própria bactéria.
No dia 22 de Maio, às 19h, Lucy Lyons e Marta de Menezes realizaram uma apresentação do projecto ‘Desenho: Entre Arte e Ciência’ que foi seguida da 8ª Lição de Desenho proferiada pela Professora Ana Leonor Madeira Rodrigues com o tema ‘O Desenhado desenha-se’.
(artistas)
ABRIL 2009
Diamond sea #2, Paulo Brighenti
diamond sea #2 foi um projecto de Paulo Brighenti que esteve patente ao público entre os dias 15 e 25 de Abril no Espaços do Desenho. Durante as primeiras semanas de Abril, Paulo Brighenti desenvolveu um projecto enquanto artista residente no Espaços do Desenho. Durante as duas semanas seguintes, o público teve a oportunidade de aceder ao espaço para conhecer os resultados desse trabalho. No dia 17 de Abril, às 19h, Paulo Brighenti realizou uma apresentação do seu projecto que foi seguida por uma Lição de Desenho que contou com duas intervenções no contexto do tema ‘Pedogogias do Desenho’: Reflexões sobre o desenho [no contexto d]e programas curriculares [de arte] por John Penny e Desenho e pedagogia por Garry Barker.
(artista)
MARÇO 2009
Diários Gráficos, Perspicácia e Neutralidade no Desenho Quotidiano, Eduardo Côrte-Real
Diários Gráficos, Perspicácia e Neutralidade no Desenho Quotidiano foi um projecto de Eduardo Côrte-Real, que decorreu entre os dias 5 e 22 de Março, no Espaços do Desenho. Durante este projecto estiveram em exibição 86 Diários Gráficos nos quais ao longo de uma década o autor desenvolveu desenhos quotidianos. Cada dia esteve em mostra uma diferente selecção de desenhos, sendo que ao longo de toda a exposição foi possível vêr mais de mil desenhos de observação. No dia 5 de Março, às 19h o autor realizou uma apresentação deste trabalho que foi seguida por uma Lição de Desenho proferida por Jill Gibbon intitulada Unofficial War Art through Graphic Diaries. Em coordenação com este projecto, no dia da inauguração foi ainda lançado o livro The Smooth Guide to Travel Drawing, Um Suave Guia para o Desenho em Viagem sobre os Diários Gráficos em exposição, numa parceria entre a Livros Horizonte e a UNIDCOM/IADE. No contexto deste lançamento, Clive Dilnot (Parsons New School for Design, New York) realizou uma comunicação intitulada Porque é que desenhamos? com base num texto publicado no livro The Smooth Guide to Travel Drawing, Um Suave Guia para o Desenho em Viagem. Nos dias 12 e 19 de Março realizaram-se sessões de mesas redondas com a participação de artistas e investigadores com diversas perspectivas sobre o uso de diários gráficos. Nos dias 8, 15 e 22 de Março, entre as 16 e as 19h, o público foi convidado a participar em sessões de desenho em diários gráficos acompanhadas por docentes de desenho do IADE.
(artista)
FEVEREIRO 2009
Drawing undone part 2, Aileen Stackhouse e Cordelia Underhill
Drawing undone part 2 foi um projecto de colaboração de Aileen Stackhouse e Cordelia Underhill, que decorreu entre os dias 4 e 21 de Fevereiro, no Espaços do Desenho. Na continuação do projecto de instalação “Drawing undone” realizado em 2007, este projecto teve como ambição investigar a contraposição entre práticas de desenho puras e práticas de desenho corrompidas. A partir da negociação entre duas práticas de desenho distintas, estas artistas pretenderam colocar questões em torno da formação do processo de desenho e do modo como um pensamento se pode constituir e manifestar a partir de abordagens organizadas. Este projecto relacionou-se, por outro lado, com uma exploração do desenho como forma de conhecer e des-reconhecer. Na prática, as artistas procuraram testar possibilidades de tempos e conteúdos alargados vs. tempos e conteúdos compactados no desenho de linha, e ainda a relação entre a linha desenhada através de um corpo contido no interior de um espaço arquitectónico que lhe era externo. As artistas começaram por trabalhar estas questões em separado, criando uma tensão indentificável no cruzamento entre as linha e espaços dos trabalhos de cada uma.
No dia 12 de Fevereiro, pelas 19h as artistas realizaram uma apresentação do seu projecto que foi seguida por uma Lição de Desenho pelo Professor Paulo Freire de Almeida intitulada Olhar em Frente - Hipóteses para a actualidade da observação na prática do desenho.
(artistas)
JANEIRO 2009
Red Earth, Onya McClausand
Red Earth (displaced wall drawing) foi um projecto mural de larga escala da autoria de Onya McCausland e decorreu entre os dias 7 e 24 de Janeiro no Espaços do Desenho.
Red Earth (displaced wall drawing) começou pela identificação, localização e preparação de um pigmento de óxido de ferro vermelho com origem em Torres Novas. Uma vez 'coberta' uma área das salas do Espaços do Desenho como um fundo homogéneo, este vermelho terra foi sistematicamente apagado desta área e re-localizado no lado oposto do espaço, marca a marca, através do uso de uma borracha.
No dia 15 de Janeiro, a artista fez uma apresentação do seu projecto seguida de uma Lição de Desenho pelo Professor Jorge Silva Marques intitulada "O processo como ponto de partida e de chegada. O desenho através do processo".
(artista)
DEZEMBRO 2008
Desenho Livre, Daniel Melim
Chinese Whispers, Rachel Cohen
Desenho Livre e Chinese Whispers foram dois projectos realizados em simultâneo entre os dias 3 e 18 de Dezembro de 2008 no Espaços do Desenho. Durante o período de residência Daniel Melim e Rachel Cohen desenvolveram trabalhos com base em interacções com o público. Daniel Melim produziu desenhos em diálogo com o público procurando responder aos desejos do mesmo, oferecendo os desenhos aos participantes no fim de cada sessão. Rachel Cohen convidou o público a participar em sequências de desenhos desenvolvidos a partir de uma imagem original da autoria da artista, dando apenas acesso à imagem realizada pelo participante anterior. No dia 18 de Dezembro os artistas fizeram uma apresentação dos seus projectos na sala Visconti da Fábrica Braço de Prata e a Angela Rogers apresentou a 3ª Lição de Desenho intitulada Drawing the spaces between us: visual encounters with strangers.
(artistas)
NOVEMBRO 2008
De-Skill, Re-Skill, Juliet MacDonald
De-skill Re-skill foi um projecto realizado por Juliet MacDonald entre os dias 5 e 23 de Novembro de 2008 no Espaços do Desenho. Em exposição estiveram uma série de desenhos que foram produzidos plea artista ao longo de vários anos e que traduziam um continuado percurso investigativo. Este percurso ligava-se a uma investigação em torno do papel do corpo na actividade de desenhar como forma de incorporação de conhecimento. Desta forma, os desenhos mostravam uma preocupação crescente com o corpo como entidade enredada/relacional e não simplesmente singular. Esta exposição incluiu, por exemplo, trabalhos realizados na rua em resposta ao movimento dos transeuntes, apresentados entre notas, diagramas e "rabiscos" extraídos de diversos documentos. Por outro lado, foram tambem incluídos vários desenhos de execução rápida, realizados a partir de vislumbres de faces. Durante o seu projecto de residência Juliet MacDonald realizou uma nova séries de desenhos que tinham como ambição analisar os elementos manuais, visuais e técnicos que compoem o desenho como uma técnica específica. O objectivo foi experimentar as várias formas através das quais uma prática do desenho pode incorporar simultaneamente destreza e atrapalhação, visão e cegueira, convenções figurativas e intuição animal.
No dia 13 de Novembro Juliet MacDonald realizou uma apresentação do seu projecto na sala Visconti da Fábrica Braço de Prata, que foi seguida pela Lição de Desenho intitulada Actos fingidos: Aspectos da dimensão performativa do desenho da autoria de Paulo Luís Almeida.
(artista)
OUTUBRO 2008
Value-less, Meaning-less, Teresa Carneiro
Value-less, Meaning-less foi um projecto realizado por Teresa Carneiro que decorreu entre os dias 8 de Dezembro e 2 de Novembro de 2008 no Espaços do Desenho. Num dos espaços estiveram em exibição uma série de desenhos de larga escala feitos a partir de imagens de coisas pequenas e insignificantes. Os trabalhos foram instalados usando simultaneamente as paredes, chão e tecto do espaço, resistindo à separação entre o espaço habitado pelos desenhos e o espaço ocupado pelos visitantes da exposição. Desta forma, os desenhos foram flexibilizados não só à sua relação com o espaço da exposição, mas tambem à sua relação com os visitantes/habitantes do espaço durante o período da exposição. Durante a residência (8-15 Outubro) foi ainda desenvolvido um desenho colectivo de larga escala (5.40m) na sala da entrada. Este desenho foi realizado a partir de uma imagem de um parafuso usado, que foi fragmentada e repartida entre os participantes, dando-lhes acesso apenas a um quadrado de 1 × 1 cm a ser reproduzido em desenhos de 20 × 20 cm, realizados com lápis HB. Os desenhos foram montados à medida que íam sendo desenvolvidos e assim,cada dia, os visitantes tiveram acesso a diferentes momentos da construção do desenho colectivo. Este trabalho contou com participação de Ana Cabral, Daniel Melim, Inês Marques, Joana Tavares, João Palla, Lucas Almeida, Luís Almeida, Luís Gomes, Margarida Naves, Mariana Perry, Miguel Marreiros, Nuno Neves, Rita Ruivo, Rita Thomaz, Sara Chang Yan e Tiago Gundra. Este trabalho constitui ainda a Parte I de um projecto que teve continuação no MEANTIME Project space, Cheltenham, em Novembro de 2008. http://www.meantime.org.uk/archive/
No dia 16 de Outubro decorreu uma sessão de apresentações durante a qual Teresa Carneiro apresentou o seu projecto, Vítor Manuel Oliveira da Silva apresentou a 1ª Lição de Desenho intitulada «Esperando o Sucesso» de Henrique Pousão, Nuno Nabais discutiu o tema do desenho e o problema de escala, e Catarina Nabais, Marco Pina, Joana Mesquita, Flávia Nevesrealizaram uma apresentação intitulada A Imagem na Ciência e na Arte. Apresentação de um projecto (Centro de Filosofia das Ciências, Universidade de Lisboa).
(artista)
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