Jorge Silva Marques
Maio 2009
Work in Progress: ESPAÇOS/CORPO
“Na sequência do ciclo “work in progress”, iniciativa de Teresa Carneiro e Luís Filipe Gomes, nos Espaços do Desenho, na Fábrica do Braço de Prata, em Lisboa, alunos da disciplina de Práticas de Desenho e alunos do Mestrado em Teoria e Prática do Desenho da Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto acederam ao convite para participarem, na quarta exposição de um ciclo de exposições de desenho.
Espaços/Corpo é o título desta quarta exposição, em que participam Ana Allen, Eva Mendes, Mafalda Pessoa Jorge, Marco Fidalgo, Marlene Vinha e Tânia Ramalho.
A origem dos trabalhos radica num contexto pedagógico de ensaio e exploração autónoma do desenho. O contexto justifica e está, mais ou menos, presente nos "modelos" ou nas estratégias gráficas. Contudo, as propostas apresentadas afirmam uma individual e autónoma exploração do desenho e das representações do corpo, relativamente às extensões do tema e da "disciplina". Neste sentido se justifica a heterogeneidade das propostas e a transposição, em alguns casos, da "matéria" do desenho, para suportes como o vídeo ou a impressão digital.
A presença do corpo pode ser lida ao mesmo tempo no desenho enquanto imagem e citação e enquanto marca, implícita, do fazer do desenho. Partindo da observação do comportamento do corpo, ao acontecimento, da narrativa, "o corpo é o resto enrolado numa camisa", à perfomance, " um corpo em viagem", até aos desenhos que tentam instaurar a dúvida entre facto e ficção.
Cada uma das proposta reivindica, para si, um nível de definição que nos permite delimitar essa presença.
Cada "marca", foi transferida como forma de desenvolver e resolver a concepção, a comunicação e representação em desenhos que ensaiam "as plásticas do corpo". Outras, exibem uma ligação entre o impulso físico, mental e emocional do fazer do desenho parecendo assumir uma dimensão psicológica.
Em todas o desafio, ilusório, de restaurar os comportamentos e "sentidos" que estão presentes e fortemente implicados em cada uma das nossas escolhas.”
Janeiro 2009
O processo como ponto de partida e de chegada. O desenho através do processo
Jorge Silva Marques vai procurar explorar duas ideias simples: ‘(1) que há um desenho que decorre de uma relação estreita com o processo e que se revela ao mesmo tempo que este; (2) que esse tipo de desenho decorre de “processos não focados” (processos que não se centram exclusivamente na prática do desenho perceptivo).’ Dentro deste contexto Jorge Silva Marques irá argumentar que é necessário procurar no desenho, pela existencia de sintomas (Goodman) que sejam reveladores de determinadas propriedades ou evidencias de processos.
CV
Jorge Silva Marques é Artista Plástico e Assistente de Desenho na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Em 1996 concluiu o Ciclo Especial de Artes Plásticas ‐ Pintura, Faculdade de Belas Artes do Porto. Em 2005 foi co-organizador e comissário da exposição “100 Desenhos: fricção, impressão, diluição”, no Maus hábitos, Porto e no Convento de Corpus Christi, V. N. Gaia.
Em 2006, realizou provas de aptidão pedagógica e capacidade cientifica, com o trabalho de síntese “As imagens do desenho. Percepção espacial e representação”. Em 2008 apresentou uma comunicação intitulada “O desenho e o processo são o mesmo”, no âmbito do projecto Superficial # 2.1, Estúdio UM, Escola de Arquitectura da Universidade do Minho. Ainda nesse ano, começou um Doutoramento com o tema provisório “A experiência do desenho e a possibilidade da sua transposição. O desenho e processos não focados”.
Jorge Silva Marques coordena o blog Projectoindividual.blogspot.com dedicado à apresentação e divulgação de práticas de desenho.