Epipiderme - encontros à volta da performance
Nuno Oliveira, Fabrice Ziegler, Margarida Chambel e Carlos Farinha
A performance parece propor a participação como valor fulcral, tanto na construção da acção, pedindo uma experiência real ao performer que se afasta da representação do teatro convencional, assim como no apelo a um esforço de atenção e interactividade com o espectador, que pode não ser um sujeito passivo.
A performance neste sentido poderá proporcionar também simultaneidade, já que acontece uma espécie de nivelamento entre a vivência proposta pelo artista e a vivência do espectador.
Estas questões da participação e da simultaneidade parecem, como problema, desembocar naquilo a que o Filósofo José Gil trata como inscrição, quando fala de Portugal como o país da não-inscrição: “Nisso, como em tantos outros aspectos, o Portugal de hoje prolonga o antigo regime. A não-inscrição não data de agora, é um velho hábito que vem sobretudo da recusa imposta ao indivíduo de se inscrever. Porque inscrever implica acção, afirmação, decisão com os quais o indivíduo conquista autonomia e sentido para a sua existência.", citando a partir do livro: Portugal, Hoje. O medo de existir.
A performance parece concentrar-se neste esforço de, em tempo real, produzir um acto capaz de ultrapassar essa espécie de prisão, da repetição do quotidiano, no seu entramado de ligações e necessidades; provocando um rasgo existencial que produza algo mais real e entendível que uma imagem estereotipada e já apreendida do mundo; procura-se na voz e no modo de ver especial de um outro que se dá a conhecer, uma forma de conhecimento.
Espera-se com este espaço que este outro se revele e o seu respirar produza uma reacção epidérmica.
http://epipiderme.blogspot.com/
Nuno Oliveira, Fabrice Ziegler, Margarida Chambel e Carlos Farinha
A performance parece propor a participação como valor fulcral, tanto na construção da acção, pedindo uma experiência real ao performer que se afasta da representação do teatro convencional, assim como no apelo a um esforço de atenção e interactividade com o espectador, que pode não ser um sujeito passivo.
A performance neste sentido poderá proporcionar também simultaneidade, já que acontece uma espécie de nivelamento entre a vivência proposta pelo artista e a vivência do espectador.
Estas questões da participação e da simultaneidade parecem, como problema, desembocar naquilo a que o Filósofo José Gil trata como inscrição, quando fala de Portugal como o país da não-inscrição: “Nisso, como em tantos outros aspectos, o Portugal de hoje prolonga o antigo regime. A não-inscrição não data de agora, é um velho hábito que vem sobretudo da recusa imposta ao indivíduo de se inscrever. Porque inscrever implica acção, afirmação, decisão com os quais o indivíduo conquista autonomia e sentido para a sua existência.", citando a partir do livro: Portugal, Hoje. O medo de existir.
A performance parece concentrar-se neste esforço de, em tempo real, produzir um acto capaz de ultrapassar essa espécie de prisão, da repetição do quotidiano, no seu entramado de ligações e necessidades; provocando um rasgo existencial que produza algo mais real e entendível que uma imagem estereotipada e já apreendida do mundo; procura-se na voz e no modo de ver especial de um outro que se dá a conhecer, uma forma de conhecimento.
Espera-se com este espaço que este outro se revele e o seu respirar produza uma reacção epidérmica.
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